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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Algumas mulheres que me inspiraram a cursar uma faculdade

BETE NEVES - JORNALISTA








LEILA FONTELLA - DENTISTA








MIRIAM DUTRA - GINECOLOGISTA

































TCC: A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA NA CONSTITUIÇÃO DA MORALIDADE:

INTRODUÇÃO
O presente trabalho é a execução de um projeto a cerca do tema sobre a relação família/escola na constituição da moralidade, e este se insere na linha de pesquisa da História, Filosofia e Psicologia da educação.
Presenciar casos como o de um adolescente que ao não pagar uma dívida com a tele-mensagem recebeu elogio do pai por sua esperteza e outro adolescente que não conseguiu enganar o motorista do ônibus para não pagar a passagem e sofreu repreensão do pai, serviram-me de incentivo para a busca de conhecimento sobre a educação moral.
Para tanto, esse estudo busca compreender como a relação família- escola pode afetar na construção da moralidade de crianças dos anos iniciais do ensino fundamental.
Busca com objetivos específicos identificar a etapa de desenvolvimento cognitivo de crianças nessa faixa etária, relacionar a constituição moral do sujeito à cognição e as experiências sociais, analisar as relações existentes entre a família e a escola e como essas podem favorecer ou não na construção moral da criança.
Diante de tais objetivos, o problema de pesquisa que se apresentou foi: Como a relação família/escola interfere na construção da moralidade dos alunos do 2º ano numa escola estadual de ensino fundamental do Rio Grande do Sul?
Como metodologia foi utilizada a pesquisa de campo conjuntamente à pesquisa bibliográfica, com aplicação de atividades, numa turma de 2º ano de uma escola de ensino fundamental da rede pública estadual do Rio Grande do Sul. A coleta de dados foi analisada observando o comportamento e os comentários realizados pelos alunos. Foi acrescentado ainda um questionário realizado com os pais e outro efetuado com os professores, abrangendo assim as três partes envolvidas.
O levantamento bibliográfico se constituiu através de livros, jornais, sites especializados, seminário, materiais que abordam o tema. Como base para a aplicação da pesquisa de campo e da análise de dados, à luz teórica de autores como Piaget, Terra, Tiba, Zagury, Calil, Garcia, Costa, Kohlberg, Vagula, Aquino, Gasparello entre outros.
A partir disso, foram reunidos elementos como causas, conseqüências, evolução do assunto, contribuições mais importantes, que possibilitaram uma reflexão e compreensão do desenvolvimento moral das crianças, nessa etapa de ensino. A apresentação deste estudo está estruturada em três capítulos e finalizada pela conclusão.
O capítulo 1, “Semelhanças e diferenças”, esclarece em que a moral, a ética e a lei se parecem e em que se diferenciam.
A seguir o capítulo 2, “Influências na constituição da moralidade”, aborda um conjunto de relações alteradas através dos tempos que interferem na construção da moralidade.
Já o capítulo 3, “A prática e os procedimentos metodológicos” fala dos recursos utilizados na realização do trabalho, descreve como se deu a pesquisa de campo, onde e com quem foram efetuados os questionários.
E fechando o presente trabalho, retomando o que foi pesquisado são divulgadas as considerações finais.
CAPÍTULO 1- SEMELHANÇAS X DIFERENÇAS

A moral, a ética e a lei podem ser muito parecidas e têm em comum as regras. Perante a lei o não cumprimento destas resulta em punição como multa ou até mesmo prisão. E diante da moral a punição é a exclusão.
Contudo há diferenças bem específicas que as distinguem.
Ser ético é ter consciência dos valores e normas morais. Mas possuir autonomia moral é agir corretamente independente de punição. Sendo assim, é relevante conhecer as semelhanças e diferenças que as distinguem ou as aproximam. Neste capítulo veremos a definição de moral, ética e lei e como ocorre o desenvolvimento da moralidade conforme alguns teóricos.

1.1 MORAL, ÉTICA E LEI
Conforme Piaget (1999), o desenvolvimento da moral é relacionado ao desenvolvimento humano e acontece por etapas.
Nos jogos coletivos, a relação depende das regras criadas em conjunto e é a moral que decide o respeito às mesmas porque existe uma concepção de valores de justiça e honestidade.
Em sua obra, “Cinco Estudos da Educação Moral”, Piaget (1999), alega que psicólogos e educadores concordam que a realidade moral é dada pelas tendências afetivas, medos e outros sentimentos. Para ele a moral surge de uma disciplina normativa que vem das relações dos indivíduos e são impostas ao espírito desenvolvendo as regras que levam a uma tomada de consciência do dever.
Dependendo de como a educação moral é empregada ela moldará as consciências e resultará em comportamentos diferentes.
O respeito é o principal sentimento que torna possível o recebimento de noções morais. A moral que resulta do respeito comum é que caracteriza a consciência autônoma. A cooperação constrói a personalidade onde o sujeito obedece às regras que reconhece como boas.
O adulto sendo justo com a criança transmite sentimento de justiça enquanto que delegando mais trabalho para um que para outro promove noção de desigualdade.
Contudo, o respeito, comum na pedagogia familiar e na disciplina escolar tradicional é unilateral, se dá através de censura ou castigo. Ao contrário, educação moral é construir personalidades autônomas dispostas a cooperar.
Segundo Piaget (1999), a autonomia se adquire do ensino que faz a criança compreender a natureza da sociedade e o porquê das regras morais.
Alguns procedimentos a seguir no desenvolvimento moral são de não impor pela autoridade aquilo que a criança pode descobrir por si mesma e criar um meio social infantil no qual a criança possa experienciar.
Uma atividade sugerida pelo estudioso seria pedir para a criança escrever anonimamente o que pode fazer de bom durante o dia e independente de fracasso ou sucesso colocarem numa urna lendo numa próxima aula trocando idéias sobre suas próprias atividades.
É através da ação mútua que a criança compreende o que é a mentira e o valor da verdade. Quanto mais conselhos forem impostos mais a criança será submissa a raiva e aos maus costumes. Recompensa ou punição são marcas da ausência de autonomia moral, a regra é exterior ao indivíduo.
A prática, como gerenciar a biblioteca ou organizar o jornal da escola, ensina mais sobre deveres que as melhores lições. Assim como a troca de cartas, álbuns e jogos entre escolas garantem uma importante troca de informações.
Como descrito por Menin (1999), para Kant a moral não é algo ligado aos costumes de cada povo. A moral deve ser universal. O que vale para um vale para todos. Não dá para imaginar uma lei universal de mentir. Moral não está na regra que obedecemos, mas no por que somos submissos a ela.
Outro ensinamento de Menin (1999) é sobre alguns jovens que por ser menor de idade, a lei não os alcança e pensam que podem fazer o que quiserem, neste caso falta moral autônoma que garante a dignidade do ser humano.
Ser moral é pensar, nos outros, raciocinar além do eu, às vezes perder vantagens em prol dos outros. Para Piaget (1999) as tendências morais são construídas durante o desenvolvimento da criança e a evolução dependerá das relações sociais entre outros fatores. O encontro das crianças com as regras se dá por meio da prática e da consciência a seu respeito.
[...] existem deveres impostos pelos adultos que, embora apareçam como tais, permanecem sem sentido; a regra de não mentir, mesmo que respeitada pela consciência dos pequenos, não é efetivamente observada em seu comportamento. No momento em que esta mesma regra intervém como condição de cooperação, isto é, quando as crianças a praticam entre si, não somente ela é mais bem compreendida como verdadeiramente aplicada. [...] (PIAGET apud MENIN, 1999, p.6).

Muitas vezes a cooperação quer dizer discussão e não acordo. A criança precisa aprender que existe o outro, numa relação de mais igualdade descobre as diferenças, convívio criança com criança. O convívio entre adulto e criança, um lado manda e o outro obedece e imita. Sendo assim, a relação social é um dos fatores formadores da moral.
Conforme o psicólogo Kohlberg (1999) a criança acostumada a ser premiada e não castigada também aprende a disfarçar transgressões e simular.
Para ele, o valor das regras para os menores está na heteronomia. Enquanto que para os maiores sai da autoridade do professor e passa a haver com o grupo, autonomia.
[...] crianças pequenas não expõe as razões das regras; elas não disfarçam nem um pouco quando dizem que tem que obedecer porque a Tia assim ordenou, e se a Tia mudar de idéia não é mais preciso obedecer! O valor da regra está na autoridade que a impõe, e não na sua utilidade!
Já nos mais velhos essa heteronomia parece diminuir, até porque a regra deixa de ser algo rígido que sempre se tem que obedecer e aparece mais relativa: as crianças dizem que às vezes pode conversar, [...] (KOHLBERG apud MENIN, 1999, p.68).

Através da autoridade a criança não vai compreender os significados das regras. As relações sociais dependem da capacidade de considerar o outro. Coação leva a submissão e não desenvolve autonomia e o respeito mútuo é predominante na construção humana.
Na escola essa relação é desenvolvida através de atividades grupais levando a construção das regras pelo grupo. A individualidade estimula a competição e segundo Menin (1999) uma família pode trabalhar em grupo em tarefas domésticas. Este tipo de postura pode favorecer na construção da moral uma vez que essa é uma construção de práticas trocadas entre pessoas, de consciência sobre regras e leis desenvolvidas nos grupos, na escola e em casa.
Tanto nas relações pais e filhos como nas de professor e aluno, alguma coação é inevitável e necessária, quando a criança ou jovem não possui condições de construir regras.
A punição em excesso transforma o aluno ou filho em uma eterna criança sem responsabilidades porque não entende a regra e o seu erro. É submisso apenas por medo.
A impunidade total traz o desrespeito ao outro, transforma o indivíduo num sujeito sem limites. Pais e professores são inevitavelmente modelos para as crianças. Seus valores farão parte do modo de ser destas. Se os professores e pais não forem modelos adequados de moral não se pode esperar que a criança tenha um desenvolvimento moral diferente.
Araújo (1999) em seus estudos aponta que para Piaget o juízo moral infantil não poderá se desenvolver sob opressão intelectual. A cooperação é fator de extrema importância. A autonomia moral é a condição para ser capaz de comparar suas idéias e valores às de outras pessoas, estabelecendo critérios de justiça e igualdade, que muitas vezes, o levará a ir contra a autoridade e as tradições da sociedade para decidir entre o certo e o errado.
A cooperação abrirá caminho para o desenvolvimento da autonomia da consciência. A criança deve conviver num ambiente cooperativo onde sejam solicitadas trocas sociais por reciprocidade, onde seja respeitada para atingir níveis de moralidade mais autônoma.
Atualmente pais e professores em busca de romper com o autoritarismo permitem que filhos e alunos exerçam o chamado respeito unilateral invertido.
O fato de deixar de gritar com o aluno não significa que deva ser passivo, não dá ao aluno o direito de gritar com ele. Assim também é com os pais que deixam de decidir todos os passos do filho, isto não dá a eles o direito de não consultar os pais sobre suas ações.
Araújo (1999) alega que é esta falta de limites que não os deixam perceber os direitos dos outros. Cooperação não determina tudo e nem deixa que os alunos façam sozinhos.
[...] “ambiente escolar cooperativo” não abre mão da figura da autoridade moral e intelectual, não autoritária, do professor como coordenador do processo educacional. O que muda o quadro é que esse professor nem é o que determina tudo dentro da sala de aula e nem deixa que os alunos o fazem sozinhos, [...] (ARAÚJO, 1999, p.108).


Dar oportunidade para decisões e responsabilidades contribui para o desenvolvimento de sua autonomia. Como não precisar pedir para ir ao banheiro, ter que levar um cartaz organizando assim a ida de um por vez e ter fixado no quadro regras simples e curtas confeccionadas pelo professor junto com os alunos. Atividades em grupo, como a limpeza da sala, desenvolvem a cooperação.
Testes revelam que crianças que convivem em um ambiente cooperativo apresentam um maior desenvolvimento no juízo moral e mantém este nível mais elevado mesmo quando trocados para um ambiente mais autoritário.
O tipo de relação estabelecida entre as crianças e os adultos é mais influente que as diferenças sócio-econômicas.
Conforme Araújo (1999) a teoria Piagetiana diz que o conhecimento não é herdado biologicamente e nem resulta da transmissão cultural, ele é construído na interação entre o sujeito e o mundo. Portanto a moral e a ética assim como todos os conhecimentos também precisam ser construídos pelo indivíduo.
Sendo assim, pode-se afirmar que a moralidade deve fazer parte do currículo desde a pré-escola proporcionando momentos éticos e morais em que ações possam ser refletidas individualmente e em grupo. Não como uma disciplina ou conteúdo, mas transversalmente nas atividades que conduzam a reflexão autônoma de respeito às regras.
Taille (1999) relata que segundo Kant o homem possui disposições ainda sem morais e ainda que maldoso deve desenvolver em si a moralidade. A falta de disciplina é pior que a falta de cultura.
Os educadores devem ensinar a criança a usar sua liberdade respeitando a dos outros. Kant (1999) propõe bases para a formação do caráter para que mais tarde passe a honrar seus deveres.
Quando a consciência de honra, o sentimento de vergonha é o centro no desenvolvimento moral. As crianças devem trocar o medo dos castigos tanto dos homens como os divinos pelo medo de sua própria consciência.
Tanto Kant (1999) quanto Piaget (1999) concordam que a educação pede plena e complexa formação daqueles que por ela são responsáveis. Ambos também admitem que a educação começa na família e que deve continuar na escola, onde a autonomia é construída a partir de convívio de relações sociais iguais que levam ao respeito mútuo. Sua função é promover a cooperação entre os alunos, é importante esta complementação moral dos alunos pela escola.
Outros ensinamentos de Piaget é que quando o homem sente-se no dever de retribuir, é conseqüência da moral construída das relações pais e filhos. Deste respeito nasce o dever de conservar valores. A força de vontade surge do valor do objetivo. E deve haver relação entre o delito e a punição como se a criança mentir não acreditará mais nela.
Para Kant a grande punição é o desprezo. Ambos concordam que o essencial é mostrar ao infrator que o delito que cometeu lhe fez perder o valor.
Segundo Taille (1999, p.144), [...] “cada vez que agir mal, um mero olhar de desprezo será suficiente: sentirá que está perdendo a estima em função de seus atos”, [...] Atualmente há um desequilíbrio na convivência entre pais e filhos. Os adultos de hoje tendem a se adaptar ao espaço infantil.
Antigamente os filhos queriam sair de casa porque isso significava liberdade, hoje significa perder a mesma. É preciso reequilibrar as relações entre pais e filhos, deixando as crianças livres desde que compreendam e respeitem a liberdade dos outros.
Macedo (1999) relata que para os professores as crianças erram quando são desatentas e para os alunos os professores erram quando utilizam métodos de ensino aborrecidos.
É necessário pesquisar e refletir sobre o erro porque este pode trazer um desenvolvimento maior. Este século possui muitas transformações que alteram as relações entre as pessoas.
Sob o ponto de vista da psicanálise, Freud (1999) mostrou o quanto a neurose dos adultos tinha como causa a repressão autoritária na infância. Macedo (1999) alega que foi daí que se tirou a conclusão de que não deveríamos punir ou reprimir nossos filhos ou alunos e que a conseqüência é a produção de pequenos tiranos que são responsabilizados por esta liberdade excessiva que não pediram.
Piaget diz que assim podemos ver que muitas vezes a relação da teoria na prática pode ter uma aplicação distorcida. Ou seja, houve uma inversão, não é porque o adulto deixou de gritar com a criança, que esta passa a ter o direito de gritar com o adulto.
Descreveu, ainda, a moral da autonomia e a moral da heteronomia que pela conclusão pedagógica é condenável e a conseqüência é a produção de pequenos adultos.
Para Lalande (1999), lei significa regra geral, diz respeito à educação moral, exercício de uma autoridade como o professor tentando regular o funcionamento da classe. Regra obrigatória tem ligação com a educação do bem viver ou educação da ética como escovar os dentes. Fórmula geral pertence à educação científica como não pôr o dedo na tomada. É uma regra estabelecida, assim como as leis que são o conjunto de normas que regulam as relações, o permitido e o proibido.
Se violarmos uma lei há uma conseqüência, uma vez que tem que ser geral e ter caráter normativo. Enquanto a regra como fórmula tem que ser particular e ter caráter prescritivo.
Leis e regras são indissociáveis porque leis correspondem ao geral das regras e regras correspondem ao particular das leis.
Para Piaget o respeito é um dos aspectos determinantes da regra, que deve ser unilateral integrado ao respeito mútuo.
Se a ética é a reflexão sobre valores e normas morais, e por isso não é biológico o fato da pessoa ser boa ou ruim, esta sofre influência tanto afetiva como racional da interação com o mundo, então, enquanto a moral é o conjunto de normas de conduta, a ética é a reflexão do valor que dá sentido a elas.
Sendo assim, o homem torna-se moral de acordo com seu contexto histórico social.
1.1.1. O Desenvolvimento Da Moralidade
Conforme Zanluchi (2008), a personalidade de uma pessoa é o produto da relação construída entre o sujeito e o meio sociocultural.
A personalidade serve para a adaptação, defesa e manifestação do indivíduo. Esta é dividida em temperamento, estrutura genética e caráter que corresponde aos valores e regras que formam sua moral, sua ética pessoal adquiridas no convívio social.
A matéria de desenvolvimento psicoemocional conclui que este não evolui naturalmente, exige interferência direta de outra pessoa.
1.1.1.1. Etapas do desenvolvimento moral segundo Piaget
Piaget (2006) e Kohlberg (2006), ambos sofreram influências de noção da importância social pelas idéias de Durkheim e os princípios universais de Kant, sobre tudo porque se [...] “trate todo ser humano como um fim em si mesmo, não apenas como um meio” [...] (KANT apud BIAGGIO, 2006, p.83).
Piaget (2006) numa concepção construtivista, fala sobre as estruturas cognitivas, o fator biológico e da influência da interação do indivíduo com o mundo. Pesquisou, observou e identificou estágios na evolução da prática das regras e das atitudes em relação às mesmas e classificou por níveis conceituando como sensório motor (0-2 anos), pré-operacional (2-7 anos), operações concretas (7-11 ou 12 anos) e operações formais (11 ou 12 anos em diante).
Para ele, entre sete e dez anos, ou seja, dentro do nível operações concretas, o autor aponta que as crianças começam a entender que regras são necessárias para poder jogar. Até os seis anos, nível pré-operacional, mudam as regras conforme o seu interesse e aos onze anos, que está relacionado ao nível de operações formais, se interessam por regras mais justas e completas, porque segundo Biaggio (2006, p.22), [...]“evolução do julgamento moral em todos esses aspectos tem por base a dimensão heteronomia-autonomia, isto é, a criança passa de uma moral imposta de fora, por outros, para uma moral autônoma, da própria consciência”[...]
Quanto ao desenvolvimento da moralidade Piaget (1999) divide-a em 3 fases, sendo que em crianças de até 5 anos ocorre a anomia, fase em que ainda não existe consciência do bem e do mal. Portanto a moral não é a responsável pela submissão as regras. A criança segue as regras apenas por hábito e/ou dever.
Na fase da autonomia significa ser submisso a uma lei por entender que é necessária para si e para os outros, isto implica em às vezes deixar de levar vantagens pessoais.
Porém ele ensina que o desenvolvimento moral começa pela heteronomia, uma moralidade regida pelo respeito unilateral da criança pelos pais, ou seja, a família é um lugar coercivo.
1.1.1.1.1. Etapas do desenvolvimento moral segundo Kohlberg
Outro estudioso sobre o tema foi Kohlberg (2006) que aprofundou o estudo de Piaget, sendo que para ambos todo indivíduo passa pela mesma seqüência de estágios, mas nem todos atingem a etapa mais evoluída.
Para Kohlberg (1999) solidariedade, honestidade e justiça só se aprendem praticando. Este teórico propõe três fases de desenvolvimento moral constituídos por seis níveis: pré-convencional, a primeira etapa consiste em que a pessoa ainda não entende não se submete as regras morais, as regras são exteriores a mesma. A moral é definida através da consciência física imposta. A segunda etapa que se encontra dentro deste nível trata-se de um estágio egoísta em que a moral é vista como instrumento de satisfação pessoal.
[...] Para kohlberg, esses estágios de julgamento moral, são possíveis de surgir em qualquer ser humano, são estágios universais. A sua construção depende, no entanto, de vários fatores, tais como aqueles relacionados às interações das pessoas com seu meio. [...] (MENIN, 1999, p.57).

No nível convencional, encontra-se a terceira etapa onde a moralidade é definida de acordo com a aprovação dos outros. Ainda existe uma visão egocêntrica, mas admite-se que é justo dar mais a uma pessoa menos favorecida. Na quarta etapa tem-se a noção de que o dever precisa ser cumprido, enfatiza-se o respeito à lei para manter a ordem.
O pós-convencional é constituído pela quinta etapa onde a pessoa diferencia-se das regras dos outros e define valores morais em princípios próprios. Não considera as leis válidas apenas porque são leis, pensa que estas podem ser injustas e devem ser mudadas. E na sexta etapa define a obrigação moral como podendo ser errado legalmente, porém correto moralmente, há uma perspectiva necessária para a racionalidade.

CAPÍTULO 2- INFLUÊNCIAS NA CONSTITUIÇÃO DA MORALIDADE
A infância vem sendo reestruturada através dos tempos assim como as estruturas familiares, sobretudo pela expansão da internet, globalizando culturas, assim como várias relações alteradas. Esse conjunto está pedindo reflexão e um novo comportamento que atenda a essas necessidades diante de inúmeras transformações.
2.1. Escola, família e educação moral
Segundo os PCNs, a escola, sem impor valores, deve possibilitar discussão sobre os mesmos. Não somente como um lugar de reprodução de relações alienadas, mas sim um lugar que possibilita relações autônomas.
Para se fazer opções interessantes entre idéias, visões de mundo e valores é necessário um conhecimento adquirido da aprendizagem, [...] “Podemos analisar o impacto da educação, a longo prazo, pela facilidade maior ou menor em enfrentar dificuldades, em fazer escolhas mais interessantes para a nossa vida, na capacidade de modificar o que nos prende,” [...] (MORAN apud VAGULA, 2009, p.20).
O ser humano age no mundo a partir dos valores existentes. Sua conduta segue noções do bem e do mal. Estes valores cultivados são analisados pela ética que é responsável pelos estudos dos sistemas morais elaborados, buscando compreender o conjunto das normas.
A educação precisa formar sujeitos autônomos capazes de resolverem problemas e assumir uma responsabilidade ética com os outros.
Mais do que nunca cultura e sociedade estão globalizados. A cultura, a música, hábitos e costumes parecem estar desenraizados, enfraquecendo a estrutura social e as conseqüências são as diferentes formas de pensar e agir. Assim a cultura perde o sentido, o contexto.
Por um lado surge a preocupação com a formação do cidadão, mas devemos levar em conta que o processo de globalização por outro lado, promove o contato entre as diferentes culturas possibilitando o desenvolvimento.
Nesse contexto a educação é tida como o maior recurso para enfrentar esta nova estruturação do mundo. É necessário um ensino comprometido verdadeiramente em formar cidadão com a mesma qualidade tanto para ricos como para pobres sem esquecer um novo perfil de professores inspirados na ética e no respeito visando à formação de um sujeito crítico e transformador.
A educação é um processo artificial, fundamental para o desenvolvimento psicológico humano. O comportamento das pessoas depende de fatores biológicos e socioculturais, mas é determinado pela liberdade de cada indivíduo enquanto que os animais estão programados pela natureza.
2.1.1. As relações familiares
Tânia Zagury (2009), busca no século XX o fato de mudanças no campo das relações humanas que trouxeram um respeito maior a criança. Os pais passaram a deixar de lado o autoritarismo. E na procura de uma relação democrática surgiram distorções na educação familiar.
Para a autora os pais procuram conversar, não agredir e não impor, mas o resultado não é o esperado, é necessário ter a certeza de que limites são importantes. Afirma que ninguém nasce sabendo o que é certo e o que é errado, o pai tem a responsabilidade de passar para os filhos as noções morais, ou seja, ensinar que existem outras pessoas no mundo e que os direitos são iguais para todos. Dizer sim quando for possível e não quando necessário.
Para se ter autoridade não é preciso ser autoritário. Apenas deve-se ser coerente, não impor, mas sim convencer através do diálogo, com firmeza e com carinho. A criança que não aprende a ter limite desenvolve sérias dificuldades, consideradas etapas naturais do desenvolvimento, como descontrole emocional, dificuldade em aceitar limites, distúrbio de conduta e agressões físicas. Por isso os pais devem mostrar aos filhos que no mundo há regras e quem não segue as mesmas pode se dar mal na vida. E que fique claro, a escola colabora com os pais, mas não substitui.
A criança aprende o que é certo e o que é errado através dos incentivos e/ou das criticas. Pois o excesso da preocupação em evitar traumas psicológicos, deixa a criança sem orientação acarretando conseqüências como desrespeito pelas outras pessoas, desinteresse nos estudos e falta de concentração, entre outras.
Zagury é contra as palmadas por achar que quando estas não funcionarem se transformarão em surras, além de apenas ensinarem a temer o maior. Acredita que existem métodos mais eficientes. Segundo Zagury (2009,p.51), [...] ”porque, com o tempo, a famosa “palmadinha leve no bumbum”, que tanta gente defende como inofensiva, deixa de surtir efeito e acaba se transformando em palmadas cada vez mais fortes” [...].
Para ela os pais devem recompensar o bom comportamento dos filhos com elogios e incentivos, assim como fazer com que a criança assuma as conseqüências de seus atos. Por exemplo, se não sabe se comportar na cozinha vai esperar no quarto. Assim o filho entenderá a desaprovação. Mas, deve ter cuidado com o que fala, a crítica é para o ato e nunca para a pessoa.
A autoridade deve cumprir o que disse ser coerente não mudando as regras dizendo que uma hora não pode e daqui a pouco pode. E fazer com que a criança, aos poucos, assuma responsabilidades.
O estudo desta filósofa relata que a criança de 7 anos possui necessidade de se comunicar e ser ouvida, de compreender normas e valores, de aprovação das pessoas que convive, de carinho, de um sono de 11 horas, de atividade física e de uma independência cada vez maior.
Tudo isso condiz com as idéias de Içami Tiba (2003), que em seus estudos sobre as relações familiares, alega que a mudança de costumes vem levando a novos relacionamentos na família, preocupações com a preservação do planeta, o uso indisciplinado dos computadores e celulares, que se tornaram imprescindíveis a vida pós-moderna, transformaram a educação numa tarefa mais difícil.
As mães que trabalham fora se sentem culpadas por não estarem em casa cuidando da educação dos filhos e perdem a autoridade quando perguntam se o filho quer fazer o seu dever.
Para formar um cidadão ético é necessário parar, ouvir, ver, pensar e agir; respeitar os filhos; ter consciência de que todos os integrantes de uma família têm direitos e deveres.
Para não perder a autoridade os pais só devem proibir algo se sustentarem a negação, do contrário estará quebrando a disciplina. Quando o pai permite fazer tudo ou explode por qualquer coisa forma um indivíduo sem limites ou reprimido. A educação era autoritária, e hoje querendo mudar o quadro, os pais se tornaram extremamente permissivos.
As crianças recebem vantagens como sendo algo normal, não valorizam as atitudes dos pais que acreditam totalmente nos filhos, não questionam, e protegem excessivamente.
Segundo Tiba (2003) este tipo de atitude leva a criança a transgressão social, incentiva a delinqüência. A criança aprende o idioma, os costumes e os valores. E os pais precisam ensinar também os limites explicando as razões destes.
Existem pais que sentem orgulho quando a criança resiste ao não, distorcem a realidade dizendo que a criança tem personalidade. Mas precisam refletir sobre o fato de que um dia dependerão destes sujeitos que não aceitam as regras da vida.
A aquisição de noções de ganhar ou perder vem de atividades em que hora o pai é bom e outra que o filho é melhor. Quem manipula situações tentando levar vantagens sobre os outros é mal-educado. Quem não sabe respeitar uma fila não possui noção de regra social.
A escola é responsável pela complementação na formação da personalidade, porém o papel principal é da família. Nesse processo, essas duas vias devem seguir uma mesma linha de valores, a coerência é favorável no desenvolvimento. Para fazer dos filhos e dos alunos cidadãos éticos, é importante que os pais e os professores, também o sejam.
As crianças atualmente são muito inteligentes devido aos estímulos como televisão, computador, celular e muitas outras informações. Esta geração globalizada está unificando culturas, povos e línguas no mundo virtual. Na tendência do mundo moderno reina o individualismo, as pessoas descartam umas as outras facilmente. Existem falhas na formação do sujeito egoísta e que quer levar vantagens sobre os outros.
A educação deve ser atualizada pela cidadania familiar. A sociedade está passando por um momento muito difícil quanto aos valores cidadãos devido ao nosso comportamento de querer poupar os filhos dos sofrimentos que passamos. Devemos prepará-los para a vida. Nenhum pai ou mãe erra de propósito na educação.
Ensinar a guardar brinquedos faz parte do desenvolvimento ético para no futuro não deixarem luz acesa e lixo no chão entre outros. Deixar um lugar em ordem para a próxima pessoa que chegar indica respeito.
Na família todos têm seus direitos e deveres. Permitir não cumprir o dever é sabotar a educação. Tiba relata que conforme o filho vai crescendo vai recebendo noções do que é certo ou errado. E o castigo deve estar relacionado com a infração.
Os pais não devem ceder às birras, devem ensinar que a própria vontade não pode estar acima das regras. Devemos praticar um amor que educa estabelecendo limites.
Outro ensinamento de Tiba é que aquele que não sabe perder abandona o esporte, a faculdade, a vida. A ética pode ser ensinada aos filhos fazendo parte de todas as suas ações, tornando-se natural como se já tivessem nascido com ela. Não é ético machucar os outros ou sobrecarregar as outras pessoas com as suas próprias tarefas. É ético agradecer ou ajudar os outros. Ajudar não é fazer por ele. Tratar as outras pessoas como gostaria de ser tratado é um ética indispensável.
Nessa tarefa o desenvolvimento moral, os pais não são provedores eternos. E se forem é porque não educaram bem os filhos. Pais e escola devem ter a consciência de que almejam um mesmo objetivo, formar vencedores.
Os valores enobrecem as pessoas.
2.1.1.1 Currículo e os temas transversais
Hoje a escola é um objeto de discussões e propostas de reestruturação numa sociedade marcada por contradições. Foi gerada uma crise no sistema educacional devido ao fato de ser vista como uma produtora de mercadoria qualquer. Pois para legitimar o conhecimento precisamos levar em conta para quem, para que e como, tendo como parâmetro a visão de mundo, de sociedade e de educação em que acreditamos porque teóricos acreditam que o conhecimento é construído ao longo dos tempos.
No início estes conhecimentos eram baseados em mitos e crenças e com o passar do tempo o homem passou a observar e experimentar com instrumentos para validar suas descobertas.
Para Karl Marx (2009), assim como para Piaget (2009) a tomada de consciência é compreender, é a interpretação e explicação da ação. Isto vem de encontro com a idéia dos referenciais curriculares nacionais que relatam que na educação infantil considera-se que a criança aprende em contato com o mundo ao seu redor e com base neste fato os currículos devem ter conhecimentos diversificados.
Nesse sentido, o currículo “é a veiculação de idéias que transmitem uma visão do mundo social vinculada aos interesses dos grupos situados em uma posição de vantagem na organização social”. (MOREIRA apud SANTOS; RAMPAZZO, 2008, p.80). Ou seja, é um elemento repleto de idéias com fundamentos políticos e econômicos que produz a sociedade.
O currículo, como construtor de identidade é um espaço de conflitos e, portanto é importante o acompanhamento do desenvolvimento da criança.
Também é importante trabalhar com crianças de educação infantil com projetos de linguagem dos cuidados, sentimentos e afetos em geral (a resolução de conflitos entre crianças, a produção da auto-estima, as regras de convívio do grupo, a autonomia, a cooperação); a linguagem de convivência (respeito mútuo); a linguagem inclusiva (respeito às diferenças) entre outras.
O sujeito humano é um projeto a ser construído e segundo Piaget os esquemas mentais começam a se construir a partir da formação motora e estes se derivam dos reflexos dependendo da bagagem hereditária que este nasce. Não devemos pular etapas na formação da criança porque estas são essenciais no desenvolvimento da mesma.
Andrade, Luft e Rolim (2010) ressaltam que a maturação das áreas corticais e a atenção na aprendizagem motora, originam-se dos neurônios, estes são constituídos de três partes, dendritos, axônio e corpo celular. O corpo celular é a parte que envia a mensagem, mas o axônio é o responsável por conduzir esta até o dendrito de outro neurônio conectando-o.
Para que o axônio realize a sua função é necessário que esteja maduro. Este amadurecimento possui o seu tempo sendo que este processo ocorre com diversos neurônios em tempos diferentes do desenvolvimento do organismo. Este conhecimento fundamenta as teorias de Piaget sobre os estágios de desenvolvimento evolutivo da criança.
A criança tem suas noções construídas com base nas experiências proporcionadas pelas interações com o meio, pelo intercâmbio com outras pessoas, conhecimentos e necessidades compartilhadas. Através da simples discussão das regras de um jogo a criança pode desenvolver a noção da importância das mesmas.
Vivemos um momento sócio-histórico no qual a ecologia e a educação ambiental se transformaram em fatores essenciais a nossa sobrevivência. Atualmente existe uma preocupação com a sociedade que estamos construindo, porque somos solidários com os animais e indiferentes com os seres humanos.
As pessoas sentem necessidade de expressar seus sentimentos e emoções e através da História observamos que no Egito antigo o aspecto cultural mais significativo era a religião que orientava tudo e sempre a cultura foi construída dentro das relações sociais.
Uma pessoa criativa pode criar e recriar seu mundo e a si mesma. Através da música, por exemplo, o indivíduo se desenvolve de forma global porque esta abrange o intelecto, o raciocínio, o corpo, a personalidade e nos transmite a cultura. Uma pessoa musicalizada possui sensibilidade.
O exercício corporal é muito importante no desenvolvimento da cultura humana e ressalta que é preciso proporcionar condições de aprendizagem das capacidades de convivência, aceitação e respeito de si mesma e dos outros.
A ética é um tema transversal que tem o objetivo de ensinar conceito de justiça, sensibilizar para uma sociedade mais justa, discutir a moral atual, tentar compreender os valores existentes e desenvolver a solidariedade, a cooperação e o respeito.
Sobre a indisciplina na escola a preocupação é revelada em jornais, rádio e televisão, sobre o aumento dos casos de violência na escola. A transgressão de regras é conseqüência da indisciplina. Para Aquino (2009), do ponto de vista emocional, moral e cognitivo, é de extrema importância a educação familiar, porém não é a única educação necessária, o trabalho deve ser coletivo. Todos, (pais, alunos, professores, funcionários e comunidade), possuem sua parcela de responsabilidade.
Gasparello (2009), fala que já houve uma concepção de ensino preocupada em formar alunos com valores morais, bons cidadãos. O ensino objetivava formar cidadãos obedientes. Hobsbawm também acreditava que as tradições serviam para fixar sistema de valores e obter um comportamento padronizado. Atualmente as autoras Schimidt e Cainelli (2009) atribuem ao estudo da História a evolução do homem de súdito para cidadão.
[...] Sobre a relação professor/aluno, enquanto no ensino de História tradicional o professor é um mero transmissor do saber e o aluno, passivo, pois não participa do processo de construção do conhecimento, atualmente busca-se o contrário, um professor mediador entre o aluno e o conhecimento, em que o aluno é o principal sujeito responsável pelo processo de construção do seu conhecimento histórico [...] (SCHIMIDT apud FRANÇA; MOIMAS, 2009, p.53).

Analisando as contribuições das disciplinas na formação da autonomia vemos que é necessário respeitar a diversidade lingüística e propiciar o desenvolvimento da língua para melhorar a qualidade das relações pessoais. Pois o objetivo atual é de formar um cidadão que seja mais reflexivo. Do mesmo jeito a cartografia contribui na formação do cidadão crítico porque capacita este a agir sobre o mundo. Sendo que um mapa pode informar vários fatores que influenciam em sua vida.
Vimos que a autonomia necessária para o progresso moral é desenvolvida por todas as disciplinas.
2.1.1.1.1 A criança e a crise da moralidade
O conceito de infância vem se construindo através da História, possui forma heterogênea, adaptada conforme a organização econômica e social, em vigor, de cada sociedade. Hoje a criança fala coisas que antigamente era inconcebível e a internet carrega o aluno de informações. Este não tem mais paciência de apenas ouvir.
A proteção a criança está em excesso. E os pais muitas vezes estão muito ocupados para os filhos porque nos dias atuais ambos trabalham. Os limites em casa estão cada vez mais escassos e os professores estão sendo censurados quando tentam dar limites na escola.
Na infância da geração atual falta segurança, antigamente havia mais criatividade referente a brincadeiras. Hoje devido à evolução tecnológica a vida adulta é mais precoce.
Atualmente a agenda da criança está lotada, é marcada pela ausência dos pais e a presença dos aparelhos eletrônicos como a televisão e há pouco contato com a natureza.
Conforme um jornal de Caxias, O Pioneiro, o aumento da indisciplina e da falta de respeito em sala de aula traz como conseqüência notas ruins e traumas nos educadores, por muitas vezes são vítimas de agressões físicas e verbais.
A preocupação com este problema no Rio Grande do Sul levou o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (SINPRO) a criar o Núcleo de Apoio ao Professor contra a violência (NAP).
Foi divulgada pela (OCDE) Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico uma estimativa onde retrata que a cada ano, os professores brasileiros perdem 35 dias de aula tentando controlar alunos bagunceiros.
Segundo Juliana Bublitz (2009), alguns especialistas concluem que a mídia, o avanço da violência e a omissão das famílias são alguns fatores que influenciam no descontrole.
Neste jornal também se encontra uma linha do tempo sobre a indisciplina no Brasil, tendo como fonte a professora Simone Valdete dos Santos.
A História começa no século 19 onde para castigar os infratores era utilizado um instrumento de madeira chamado de palmatória. Na década de 1930 os membros do movimento da Escola Nova Brasil, por Anísio Teixeira eram contrários a violência física nas escolas. Em 1950 era comum tanto a palmatória quanto ajoelhar no milho somente no meio rural. No ano de 1970 surge um sistema nacional de educação, o construtivismo ganha força com a volta de intelectuais como Paulo Freire e Darcy Ribeiro ao Brasil.
Até que em 1989 passa a ser crime usar a violência nas escolas com a aprovação do estatuto da criança e do adolescente (ECA).
Hoje alguns meios de comunicação, entre eles o jornal Zero Hora de Porto Alegre/RS realizam campanhas em prol da gentileza abordando questões como a preocupação do indivíduo para com o outro. A repórter Neide Duarte (2009) publicou em seu artigo que há muita atitude errada, mas também se encontra muita gente com boa conduta.
O noticiário do RBS Tv do Rio Grande do Sul comenta sobre as pequenas atitudes que poderiam diminuir a violência no trânsito, assim como que do bom exemplo do adulto depende a educação da criança. Este programa aborda a questão da falta de respeito de um indivíduo para com o outro e da desobediência às regras do trânsito. Aquele que faz o correto é prejudicado por quem faz o errado.
A psicóloga Ilana Andretta (2009) relata que o conflito de interesses evidencia os piores defeitos da pessoa e que a educação é a solução para a mudança de cultura no trânsito.
Outra psicóloga, Carmem Reichelt (2009) comenta que apesar de vivermos numa sociedade rápida, com tempo curto e muita competição devemos ser cautelosos e solidários.
Quanto à polêmica das palmadas, Kamila Almeida e Maicon Bock (2010) divulgam uma matéria relatando que o exemplo dos pais, perdas como a proibição de algo que a criança goste e o diálogo são algumas alternativas de substituição para a palmada. Essa é uma situação que suscita muitas polêmicas. Para Antônio Carlos Gomes da Costa (2010), pedagogo e um dos redatores do estatuto da criança e adolescente, a palmada é positiva desde que seja com moderação.
Segundo Marcelo Gonzato (2009) quando falta limite a indisciplina comparece. Mais uma vez a avaliação de especialistas em educação reforça que a família exerce um papel fundamental no comportamento dos alunos. A falta de respeito dos estudantes com os professores é conseqüência da falta de limites impostos dentro de casa.
Há, ainda, quem aponte como a psicopedagoga Fabiani Ortiz Portella (2009), que o motivo da dificuldade de estabelecer limites é o pouco tempo que pais e mães passam com seus filhos, além da distância que mantém da escola dos mesmos.
Garcia (2009) alega que a família precisa ensinar noções de civilidade, que a violência social, que torna as pessoas menos solidárias; a influência da mídia, que mexe na visão do mundo; a família que estudos mostram a importância da sua participação e um currículo que possui prática pedagógica ruim são fatores responsáveis por causar o descontrole.
O que os especialistas afirmam é que é necessária uma mudança de postura tanto por parte da família quanto da escola.
Outra pesquisadora da (UFRGS) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Roseli Maria Olabarriaga Cabistani (2009) os pais precisam deixar de serem passivos porque a tarefa de transmitir civilidade não é apenas da escola, embora como afirma a professora Tânia Marques, a aula deve ser mais atraente e conectada à realidade dos alunos.
Os pais devem procurar manter uma boa relação com os filhos e não terem receio de dizer não quando necessário. Ensinar a criança a se colocar no lugar do outro. Procurar freqüentar a escola e saber como foi o dia do seu filho. Às vezes folhear os livros da criança e deixar que ela veja.
Os professores devem procurar estabelecer uma relação de respeito mútuo com os alunos. Preparar a aula levando em conta a capacidade e os conhecimentos prévios dos alunos.
Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender que é em vocês natural.
Eu queria uma escola que educasse seu corpo e seus pensamentos, que possibilitasse seu crescimento físico, sadio e normal.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a natureza, o ar, a matéria, as plantas os animais, seu corpo, Deus..., mas que ensinasse também pela observação, pela descoberta, pela experimentação. Uma escola que lhes ensinasse não só o conhecer, mas também o aceitar, o amar e o preservar.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a nossa história e a nossa terra de uma maneira viva e atraente.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse a usar bem a nossa língua e a expressar-se com naturalidade.
Eu queria uma escola que lhes ensinasse a pensar, a raciocinar e a procurar soluções.
Eu queria uma escola que, desde cedo, usasse materiais concretos, para que vocês pudessem ir formando concretamente os conceitos de números, das operações com pedrinhas, fazendo vocês aprenderem brincando.
Rogo a Deus que livre vocês de uma escola em que tenham de copiar pontos. Que Deus livre vocês de decorar, sem entender, nomes, datas e fatos. Que Deus livre vocês de aceitar conhecimentos prontos, mediocremente embalados nos livros didáticos. Que Deus livre vocês de ficar passivos, ouvindo e repetindo, repetindo, repetindo...
Eu também queria uma escola que ensinasse vocês a conviver, a cooperar, a respeitar, a esperar o saber viver em comunidade e em união.
Uma escola em que vocês aprendessem a transformar e criar, que lhe desse múltiplos meios de expressar cada sentimento, cada drama, cada emoção.
Ah, antes que eu me esqueça, rogo a Deus que os livre de um professor, incompetente, por não conhecer as especificidades da infância. (ANDRADE apud STEINLE, 2007, p.72).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo veremos como se deu a pesquisa de campo, bem como o local e os sujeitos participantes.
Iniciou-se com o levantamento bibliográfico de livros, jornais e sites, acrescidos de um seminário que deu sustentabilidade para este trabalho.
Para obtermos informações mais aprofundadas sobre a atual relação família-escola na construção da moralidade foram efetuadas perguntas voltadas para pais de alunos do 2º ano de uma escola estadual do ensino fundamental do Estado do Rio Grande do Sul e outras voltadas para as professoras desta mesma escola.
Foi perguntado aos pais: A criança mora com o pai, a mãe, outros? Quem trabalha fora, o pai, a mãe, outros? Qual pessoa participa das reuniões da escola? Foi acrescentada, as possibilidades de respostas anteriores, a opção: não participa. As palmadas são necessárias, não são necessárias, às vezes. E a respeito do castigo. Funciona, não funciona, às vezes? Finalizando com a questão: a responsabilidade de limites é da família, escola ou ambas?
Foi perguntado as professoras: é cobrada gentileza dos alunos, sim não, às vezes? Cobram assinatura nos bilhetes, sim ou não? Você acha que a educação moral ainda tem solução, sim ou não? Pais reclamam que reuniões são direcionadas para os pais ausentes causando desinteresse, você concorda, sim ou não? As aulas poderiam ser mais atraentes, sim ou não? Falta de motivação para professores causa pouco empenho, sim ou não? E finalizando com a pergunta: Os limites são responsabilidade da família, da escola ou de ambas?
Ainda para consolidar os questionários foram realizados três dias de intervenção juntamente com observação descritos após as respostas aos questionários, fechando o triângulo pais, escola e aluno.
3.1 Respostas ao questionário voltado para os professores
Ao analisar as respostas dos docentes às perguntas, relacionadas acima, obtivemos os seguintes dados:
100% dos professores afirmaram que cobram gentileza dos alunos e 100% dos professores relataram que cobram a assinatura dos pais nos bilhetes enviados como comprovação que estes receberam o mesmo. 100% acreditam que a crise na educação moral ainda tem solução.
50% dos professores pesquisados concordam que as reuniões são direcionadas para os pais ausentes causando desinteresse nos pais presentes e outros 50% discordam desta opinião.
100% acham que as aulas poderiam ser mais atraentes para causar maior interesse nos alunos e 100% delegam o pouco empenho à falta de motivação.
E encerrando as respostas 75% acreditam que os limites são responsabilidade da família e da escola enquanto que 25% pensam que a responsabilidade é somente da família.
3.1.1 Respostas ao questionário voltado para os pais
De acordo com as respostas dos pais às perguntas referenciadas anteriormente verificou-se o seguinte:
63,15% dos pais confirmaram que a criança mora com o pai e a mãe. Já 26,31% responderam que a criança mora apenas com a mãe e 10,52% salientaram que a criança mora com as avós.
Diagnosticamos que 52,63% relataram que tanto o pai quanto a mãe trabalham fora. 10,52% disseram que a mãe trabalha fora, 21.05% contaram que o pai trabalha fora e 15,78% afirmaram que outros trabalham fora.
Sobre a participação nas reuniões da escola 57,89% responderam que a mãe é quem participa. 15,78% alegam que é a avó e 26,31% dizem que é o pai e a mãe é que tomam parte.
63,15% dos pais acreditam que palmadas, às vezes, são necessárias. Enquanto que 36,84% discordam desta idéia.
Na questão do castigo as opiniões dos pais se dividem em 42,10% afirmando que este método funciona, outros 42,10% pensando que, às vezes, funciona e apenas 15,78% achando que não funciona.
89,47% são conscientes de que os limites são responsabilidade da família e da escola e somente 10,52% definem este compromisso como dever somente da família.
3.1.1.1 Intervenção e observação
Além dos questionários, foi realizada uma intervenção durante três dias buscando desenvolver o respeito e o diálogo (atenção, audição, coordenação) através do trabalho com a literatura (história sobre as palavras mágicas) educação física (brincadeira com música), português (em grupo, elaborar frases com as palavras mágicas).
A aula foi iniciada com uma história sobre as palavras mágicas: desculpa, por favor, com licença e obrigado. Houve um diálogo sobre a mesma através de questionamentos sobre quem conhecia as palavras mágicas e se sabiam por que eram chamadas de mágicas, quem usava as palavras, entre outras questões. Foram discutidas situações de uso. E após com as classes em forma de círculo e com um lápis na mão, ouviu-se uma música sobre as palavrinhas mágicas da Xuxa e cada vez que ouviam as palavras mágicas passavam o lápis para o colega do lado. Alternavam entre esquerda e direita. E por fim formaram grupos, contendo quatro integrantes, onde cada um fez uma frase, precisando, através do diálogo, decidir quem fazia qual frase. Após a realização, desta atividade, cada grupo colou as frases numa única folha.
A avaliação realizada através da observação do diálogo, do comportamento com os colegas e da realização da atividade mostrou que as crianças já ouviram falar sobre algumas palavras mágicas, porém não utilizam porque não são cobradas para tal.
No segundo dia o objetivo foi desenvolver o sentimento de justiça, obediência as regras (observação do espaço em que se encontra) e para alcançar o objetivo almejado foram abordados conteúdos como: artes (vídeo e recortar/colar), matemática (jogo, dados, cartas e tangram), história (contar origem do tangram) e geografia (percepção do espaço sala de aula)
Primeiro através de um vídeo sobre regras e exceções, houve novamente dialogo sobre a história, questionamento sobre a regra do prédio, se seria justo um poder ter animal e outro não, se os moradores respeitaram as regras e por fim a discussão foi sobre as conseqüências.
Como atividades recortaram as peças de um tangran e montaram livremente. Após o esclarecimento de que a regra é a obrigatoriedade da utilização de todas as peças, foi ensinado como montar o gato da Magali, colaram numa folha e cada um escolheu um nome para o seu gato.
Antes de iniciar um jogo com cartas e dados houve um debate sobre as regras, jogando e indagando, levou-se o aluno a refletir sobre o que é justo e o que não é como exemplo: é justo um jogador ganhar mais cartas que o outro? É justo um obedecer às regras e o outro não? E se um virasse uma carta e o outro virasse duas cartas? Para encerrar a aula houve uma reflexão de como era a sala de aula antes do estágio e como estava no momento e então desenharam o espaço atual.
A avaliação através da observação, no decorrer do jogo, mostrou que as crianças possuem noções de justiça, que quando é pessoal o justo e o não justo fica mais claro para elas. Sabem o que são regras e se fizerem sentido obedecem às mesmas.
No terceiro e último dia os objetivos foram de desenvolver a cooperação e respeito ao ambiente. Os conteúdos selecionados foram o de educação física (atividade com balão) e (realizar dinâmica com cordão). Artes: (confecção de brinquedo de sucata) e Ciências: experiência com o vento.
Realizamos uma dinâmica com cordão, onde tentaram fazer um nó com apenas uma das mãos, através da conversa os alunos foram encaminhados a reflexão de que com a ajuda da outra seria mais fácil. Depois formaram uma teia com a cooperação de toda a turma, mostrando que podemos realizar coisas maiores quando existe cooperação. Por fim a turma foi enlaçada com um cordão e o desafio era manter um balão no ar o máximo de tempo que conseguissem.
O fechamento da intervenção foi com a reutilização dos materiais da aula, realizando uma reciclagem, o aluno foi conscientizado de que assim estamos conservando o ambiente.
A avaliação através da observação dos comentários e das atitudes no desenvolver da aula mostrou que os discentes desconhecem o significado da palavra cooperação, mas sabem o que é trabalhar em equipe e gostam de ajudar uns aos outros.
3.1.1.1.1 Análise sobre os questionários e a intervenção
Analisando os dados coletados nos questionários, nas observações e na prática instituída, verificou-se uma dissonância onde não obtivemos total fidelidade nos questionários. Pois na intervenção foi observada que não é cobrada a assinatura dos pais nos bilhetes, o que se difere das respostas dos professores. E por outro lado a escola reclama da ausência das famílias nas reuniões, enquanto que nas respostas nenhum responsável assumiu que não participa das reuniões.
Quanto à intervenção concluímos que falta cobrança das gentilezas, pois já no primeiro dia de intervenção as crianças passaram a se policiarem, se entreolhavam e falavam as palavras mágicas. A rivalidade está em alta, é cada um por si, não parecem importante as boas maneiras porque não se ouve elogios, os alunos têm vergonha de serem educados.
Na hora de elaborar a frase em grupo, queriam fazer a escolha da frase na força. Foi esclarecido aos alunos que este era o objetivo da atividade, teriam que conversar e achar um jeito amigável de decidirem quem faria qual frase. Teve até escolha no par ou ímpar!
No segundo dia durante o jogo foi observado que muitas crianças sabiam responder o que era justo e o que não era e respeitavam as regras. Na fase em questão os alunos sabem o que são regras e se obtiverem um motivo justo para obedecer estas, o farão sem a necessidade de coação.
No terceiro pude verificar que não sabiam o significado da palavra cooperação, mas sabiam o que significa trabalhar em equipe. As crianças gostam de se ajudar é necessário incentivar este ato.
No final da aula foi perguntado se sabiam o que era reciclagem e todos já tinham ouvido falar. Explicaram melhor do que um adulto conseguiria fazê-lo.
A elaboração da intervenção foi baseada numa palestra sobre empreendores na educação, onde perguntavam por que a criança quer ir ao Mcdonald e não quer ir à escola? A resposta é que a escola tem que ser um lugar atraente. As crianças não tiveram tempo de perguntar que horas era ou se estava na hora de ir para casa, como foi observado durante os estágios.
Sabemos que não dá para comparar a criatividade de três dias com o desenvolvimento de um ano inteiro. Mas é preciso tentar melhorar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No desenvolvimento do trabalho vimos que existem semelhanças e diferenças entre moral, ética e lei e conhecemos um pouco das teorias de Piaget, Menin, Araújo, Macedo e Taille sobre a moralidade.
Refletimos sobre o desenvolvimento moral conforme Zanluchi e que Piaget, em seus estudos dividiu este em 3 etapas. Ainda Kohlberg aprofundou estes estudos encontrando 2 níveis dentro de cada etapa.
Descobrimos que são vários fatores que influenciam na constituição da moralidade, entre eles, família e escola. E por isso buscamos nas idéias de Zagury e Piaget um pouco sobre as relações familiares. Assim como nas apostilas do curso encontramos as contribuições do currículo e das disciplinas.
Observamos que moral, ética e lei possuem a regra como ponto em comum e se diferenciam quanto a punição.
Através da pesquisa realizada sobre o estudo da crise moral na educação percebemos que a origem do problema que preocupa a todos além da falta de limites que possui a causa fundamentada como familiar, social e cultural, também há uma inversão de valores apresentada no comportamento errôneo incentivado pelos pais.
O que se descobriu é que a personalidade é dividida em temperamento que é genético e caráter que corresponde a valores e regras que formam a moral, assim como a ética adquirida no convívio social.
Através das pesquisas observou-se que os pais não assumem que não participam das reuniões e que os professores tem consciência de que deveriam cobrar retorno nos bilhetes enviados e também concordam que as aulas poderiam ser mais interessantes. Vimos também que as crianças que não têm limites em casa poderão manifestar esta carência na escola.
A reclamação dos especialistas em suma é a falta da participação da família junto à escola. E os pais trabalharem fora é um dos motivos da sua ausência, porém não pode ser utilizado como desculpa.
É imprescindível um trabalho integrado entre a escola e a família porque cada parte possui uma função intransferível. Vimos um exemplo de escola que além de trabalhar valores construiu a oportunidade de dialogar com os pais utilizando a criatividade. A direção encarregou o professor, de cada sala, de organizar uma atividade integrando pais, alunos e professor. A idéia surgiu a partir do dia das mães onde os filhos serviram o chá.
Conforme o trabalho desenvolvido, observa-se que para uma regra, imposta pelos pais, ser obedecida pelos filhos irá depender da relação existente entre estes.
A infância reestruturada no decorrer da História, as estruturas familiares que sofreram alterações e a internet que vem globalizando as culturas também são alguns fatores que contribuem na modificação das relações.
O resgate da educação moral através de uma mudança de postura tanto dos pais como dos professores é a chave para se construir uma sociedade de pessoas mais solidárias.
Ouvimos falar de proteção em excesso, falta de limites e inversão de valores. Reunindo a isso idéias expressas pelos pais e pelos professores, além da observação das atitudes dos alunos concluímos que cada indivíduo possui um ponto de vista, que o diálogo é o caminho para chegarmos a um consenso e que é necessário refletir e buscar um novo comportamento que acompanhe esta metamorfose.